Imagem: Instagram Banda M. Dom Luiz de Britto |
Uma
publicação no Instagram da Banda Musical Dom Luiz de Britto de Taquaritinga do
Norte, capturou minha atenção e trouxe de volta uma onda de memórias. A imagem
mostra a primeira aula dos alunos iniciantes, todos com olhos brilhantes de
curiosidade e entusiasmo. À frente da turma, com postura inspiradora, está o
maestro José Fladenílson, um antigo colega dos tempos de escola.
Recordo-me
vividamente da Escola Estadual Severino Cordeiro de Arruda, em 1988. Foi ali
que, numa tarde, anunciaram a formação de uma nova turma de música. Eu, cheio
de sonhos e aspirações, mal podia conter a empolgação. No entanto, a realidade
teve outros planos para mim. Por motivos que hoje me escapam, não pude
participar. A frustração de não ter adquirido aquele conhecimento musical
sempre me acompanhou, como uma nota dissonante em uma melodia.
Assistir,
anos depois, tantos amigos daquela turma se tornarem maestros e músicos
renomados, foi um misto de orgulho e melancolia. Cada apresentação, cada
concerto, era uma lembrança do caminho não trilhado. Contudo, hoje, ao ver essa
nova geração de jovens garotos e garotas na aula inaugural, sinto uma
realização diferente.
Olhando
para a foto, vejo mais do que apenas novos alunos. Vejo a continuidade de um
sonho, uma chama que nunca se apagou. O maestro, meu amigo, representa a conexão
entre o passado e o presente, e cada um daqueles jovens é uma nova
oportunidade, uma nova nota na sinfonia da vida.
Assim,
ao invés de nostalgia amarga, há uma doce satisfação. Realizo-me através desses
jovens, vendo neles a promessa de futuros brilhantes e a perpetuação de uma
paixão que, de algum modo, também faz parte de mim. E, quem sabe, a música que
não pude tocar com minhas próprias mãos, agora ressoe através deles, ecoando
pelas ruas de Taquaritinga do Norte, como uma melodia eterna.
André
Barbosa – Taquaritinga do Norte, 04 de julho de 2024
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