A data de 28 de julho marca os 80 anos de morte do cangaceiro Antônio Silvino


Capa do Jornal Pequeno, 1 de agosto de 1944

No dia 28 de julho de 1944, o cangaceiro Antônio Silvino, figura lendária do sertão nordestino, faleceu, encerrando uma vida marcada por atos de bravura, violência e controvérsias. Manoel Batista de Moraes, seu nome de batismo, viveu seus últimos momentos longe do brilho e da notoriedade que o acompanharam por décadas.

Na noite anterior ao seu falecimento, em 27 de julho, Silvino sentiu um grande mal-estar e solicitou a presença de um religioso para receber os últimos sacramentos. Sua saúde estava em estado crítico, e ele já não conseguia sair da cama na manhã seguinte, no dia 28.

Silvino, que foi abandonado por parentes, amigos e associados, morreu como uma pessoa comum, sem a espetacularidade que marcou sua trajetória. Este desfecho modesto contrastava com a atenção extraordinária que sua figura recebeu durante anos nos jornais e nos folhetos de cordel.

Faleceu por volta das 19h do dia 28 de julho de 1944, na humilde casinha de taipa na rua Arrojado Lisboa, residência de sua prima Teodulina Cavalcanti, em Campina Grande.

Sete anos após ser liberto da prisão, encontrou refúgio na casa da parente, onde viveu seus últimos dias. Seu corpo foi sepultado no dia 30 de julho no cemitério Monte Santo, no bairro homônimo. O local exato de sua sepultura permanece desconhecido, mas há um monumento erguido em sua memória.

Hoje, 80 anos após sua morte, Antônio Silvino ainda é lembrado como um símbolo do cangaço, uma figura que desafia a ordem e personifica a resistência e a luta dos sertanejos. Sua trajetória de vida continua a ser estudada e revisitada, mantendo viva a memória de um dos cangaceiros mais famosos da história do Brasil.

O Jornal Pequeno do Recife, da edição do dia 1 de agosto, apresentou uma breve nota sobre a morte de Antônio Silvino, acompanhada de uma fotografia:

“Antonio Silvino Faleceu em Campina Grande o antigo bandoleiro Telegrama de Campina Grande noticia ter falecido naquela cidade parahybana, Manoel Batista de Moraes, mais conhecido pelo seu nome de guerra, Antonio Silvino. Foi Antonio Silvino um dos mais famosos bandoleiros do Nordeste, correndo em torno de sua pessoa interessantes lendas. Preso no Governo do Dantas Barreto, pelo saudoso a oficial da polícia pernambucana, Teófanes Torres, foi condenado a 30 anos de prisão que cumpriu na Penitenciária e Casa de Detenção do Recife. A sua conduta na prisão foi exemplar, com o produto do seu trabalho educou os filhos, um dos quais serve nos exércitos. Posto em liberdade, já regenerado, Antonio Silvino vivia como um cidadão pacato, inofensivo, ora neste Estado, ora no Rio, ora na Parahyba”.

O atestado de óbito relata a hora da morte e o motivo pela qual faleceu:

“falecido ontem às desenove horas, a rua Arrojado Lisboa, desta cidade, em conseqüência de Glomérulo nefrite crônica – Uremia, MANOEL BATISTA DE MORAES, sexo masculino, cor branca, com setenta e dois anos de idade, fazendeiro, pernambucano e residente nesta cidade, solteiro, também conhecido por ANTONIO SILVINO, nada deixa para inventário, deixa oito filhos naturais de nomes seguintes: José, Manoel, José Batista, José Morais, Severina, Severino, Isaura, Damiana; era filho de Pedro Rufino de Almeida e Balbina Pereira de Moraes; naturais de Pernambuco e ambos falecidos; e o cadáver será sepultado no cemitério desta cidade.”

 

Memorial que marca o lugar onde Antônio Silvino foi sepultado (Imagem cedida via WatApp pela sobrinha-neta do Rifle de Ouro)


Página do obituário que atesta a data de falecimento. Fonte: Family Search

Atestado de óbito. Fonte: blogdomendesmendes.blogspot

Casa de Teodulina Cavalcante, endereço onde Silvino passou seus  últimos dias de vida. Fonte (*)

Teodulina Aires Cavalcante, prima que acolheu em sua casa o Governador dos Sertões. Fonte (*)

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