PF aponta que esquema contou com empresas "fantasmas" - Foto: Divulgação/PF |
Nesta quinta-feira (13), 86 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados aos envolvidos, durante a "Operação Hidra"
A
Polícia Federal detalhou o esquema criminoso envolvendo servidores públicos e
empresários na Prefeitura de Ibimirim, no Sertão de Pernambuco. Nesta
quinta-feira (13), 86 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em
endereços ligados aos envolvidos, durante a "Operação Hidra".
Segundo
o delegado Marcio Tenorio, as investigações indicam que o grupo empresarial
investigado se associou aos gestores da prefeitura para que todas as aquisições
do município nas áreas de saúde, engenharia e locação de veículos fossem
direcionadas a eles.
"Eles
constituíram algumas empresas fantasmas, outras já existiam, de fato, mas não
tinham capacidade para prestar o serviço ou entregar o material, simplesmente
para poder instrumentalizar os processos licitatórios que sempre eram vencidos
por empresas direcionadas pelo grupo", informou o delegado Marcio Tenorio.
De
acordo com a PF, eram adquiridos pelas empresas "fantasmas"
medicamentos e serviços de consultas médicas, obras de engenharia,
terraplanagem e pavimentação, além de locação de veículos. Alguns serviços eram
entregues parcialmente, outros não eram entregues e nem prestados ou eram
prestados indevidamente.
Os
alvos da operação desta quinta foram endereços localizados nos municípios do
Recife e de Camaragibe, na Região Metropolitana; Caruaru e Arcoverde, no
Agreste; e Ibimirim, Afogados da Ingazeira, Itacuruba, Inajá e Salgueiro, no
Sertão.
"Os
gestores do município estão sendo alvos. Alguns servidores públicos do
município também estão. A apuração, mais adiante, é que vai nos levar a
identificar a culpabilidade", destacou Marcio Tenorio.
Segundo a corporação, as investigações tiveram início após um acordo de colaboração premiada, homologado pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5). Em 2022, um ex-servidor do município procurou a polícia e prestou informações sobre o esquema.
"A
gente imagina que o prejuízo é bem alto e está sendo computado, inclusive, com
a obtenção, hoje, dos documentos relevantes para a investigação, que indicam as
aquisições realizadas no período investigado. A partir de então, a gente vai
poder definir o valor do prejuízo", informou o delegado.
Questionado
sobre a possibilidade de prisão dos envolvidos, Marcio Tenorio informou que nenhuma
medida será descartada.
Durante
a operação, estão sendo investigados os crimes de organização criminosa,
corrupção ativa e passiva, dispensa indevida de licitação, fraude à licitação e
lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem ultrapassar 42 anos de reclusão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário